Hora e Dia do Duche: 09h23; 28.10.2010
Duração: 00h19m
Não sei quantas voltas se deram no relógio.
Ouvi gritar e gritei.
Mal dormi.
Andei quilómetros e quilómetros pelos mesmos passeios, de mão dada a pessoas que não conhecia de lado nenhum.
Antes de saber as histórias delas, descobri o toque da sua mão.
Vi gente rir e vi gente chorar.
Vi gente a gozar consigo própria e gente a rir dos outros.
Vi gente a esforçar-se.
Vi esforços cumpridos e gente que desistiu a meio.
Vi gente suja e a cheirar mal, sujei-me e cheirei mal com eles.
E rimo-nos. Rimo-nos tanto.
Sorrimos para as velhotas que passavam por nós e soltavam um "Ai, cheiram tão mal!".
Trabalhamos para um carro que se partiu a meio do caminho.
Carregamos o carro pelas nossas mãos, até ao fim.
E gritamos, cantamos, fizemos barulho, vivemos.
E a quem diga que a tradição da praxe devia conhecer o seu fim, eu dou os meus pêsames.
Pois na praxe está a mesma beleza poética da vida.
A de quem sofre, mas retira tudo o que há de bom que há para tirar dela.
A de quem, no fim e ainda com mazelas no corpo, esquece os tempos duros e ergue o copo de carrascão em honra do que vai apelidar como o melhor tempo da sua vida.
Há praxes e praxes, e sofrimento e sofrimento.
ResponderEliminarAs minhas foram duras, bastante, confesso que ninguém gostou, e talvez foi por isso que criámos laços uns com os outros. Após esse ano as praxes começaram a ter outra rigidez, e a verdade é que os caloiros gostavam de ir. E supostamente é esse o objectivo, ir gostar da brincadeira, não evitar porque se sentem mal. :)**