A Menina do Chuveiro está...

A Menina do Chuveiro informa...

Que aos poucos isto acorda :)
[20h35 - 04.11.2010]

segunda-feira, 27 de setembro de 2010

Crossroads

Hora e Dia do Duche: 11h08; 27.09.2010
Duração: 00h08m

Eu sei que Crossroads é o nome de um filme menos que medíocre.

Mas eu não vim falar de filmes.

Sou fascinada por coincidências.
Por aquele tipo de coincidências que ditam um caminho importante na vida.
Por aquele tipo de coincidências que se recebem com um sorriso, a que não se dá importância e que depois nos fazem mudar de rumo.

A minha história é toda ela feita de coincidências.

De pequenas frases.
Daquelas que parecem insignificantes.
Daquelas que sem querer acabam por nos contar a história de um futuro.

De pequenos encontros.
Daqueles que se dão por coisa nenhuma.
Daqueles que se vão repetindo sem serem marcados e que nos trazem a presença de alguém que se torna imprescindível.

A minha vida é feita de coincidências.
De encontros e desencontros.
De aventuras e desventuras.

E de um único amor nascido de uma história de coincidências.

E às vezes, por coincidência, da mesma maneira que duas pessoas se aproximam, duas pessoas afastam-se e seguem caminhos diferentes.

E é daí que se distinguem coincidências de um destino traçado.

Quando a coincidência dita a distância, o destino bate o pé e diz que não.
Que eu e tu somos destinados.
Que tu e eu não podemos ficar separados.

E se a chuva cai e ameaça apagar o fogo, o homem assustado tem de atear a fogueira antes que ela se apague.

Tive medo desta tempestade.
Agora vem e vamos secar-nos. Cuidar um do outro, como sempre o fizemos.

quinta-feira, 23 de setembro de 2010

Desolos e Relógios em Falta

Hora e Dia do Duche: Mensagem de Fora da Casa de Banho

Não tenho tempo para me coçar.
Para me pentear como deve ser.
Para comer decentemente.
Para tomar um banho confortante.

Sou caloira.
E prometo que actualizo no fim de semana.

sábado, 18 de setembro de 2010

Sucessão de Conclusões Idiotas

Hora e Dia do Duche: 12h35; 18.09.2010
Duração: 00h09m

1.) O Carlos Cruz usa a Power Balance. Nalguma coisa lhe faz falta o equilíbrio.

E este é o primeiro e último comentário que faço em relação à Casa Pia.

2.) O que é verdade agora, no instante seguinte pode já não o ser.

E como eu odeio estas mudanças de capítulo.

3.) O problema das pessoas interessantes à primeira vista é que têm tanta força que acabam por ser enjoativas.

E ainda há quem se surpreenda quando faço a conversão do olhar brilhante de admiração para um suspiro entediado.

4.) Descobre-se muita coisa na cor que as pessoas escolhem para os objectos insignificantes.

E o que pode ser classe, também pode ser só a tentativa frustrada de a ter.

5.) Nós somos o que comemos. Se comemos gente estúpida, também somos estúpidos.

Preciso mesmo de comentar?


E assim como bónus, a conclusão pela qual faço reger a minha vida:

Só vais deixar de ter medo do escuro quando tiveres coragem para apagar a luz.

sexta-feira, 17 de setembro de 2010

E também não suporto

Hora e Dia do Duche: 12h10; 17.09.2010
Duração: 00h05m

Olhar para a conta da água.

Reduz. Reduz!

Acabaram-se os banhos longos. Ponto final.

Não suporto

Hora e Dia do Duche: 13h58; 16.09.2010
Duração: 00h09m

Ter de fazer contas ao dinheiro.
E ter de ir ás compras de transportes públicos.

Quero um carro.
Quero ter dinheiro para sustentar um carro.
E para não andar sempre a fazer contas de cabeça - não as faço em mais lado nenhum.

quarta-feira, 15 de setembro de 2010

De novo o despertador

Hora e Dia do Duche: 10h47m; 15.09.2010
Duração: 00h06m

Desta vez foi para ir trabalhar.

Corri e ainda apanhei o autocarro.
E pareço um zumbi a passear-se à luz do dia.

E começo a pensar que metade do meu tempo, enquanto estou acordada, se resume a correr para apanhar o autocarro.

Tenho de rever seriamente o meu conceito de pontualidade.

Qual a influência do ar dos Himalaias na produção de testosterona nos caracóis?

Hora e Dia do Duche: 12h12; 14.09.2010
Duração: 00h17m

E foi o que resultou da mini-praxe onde me apanharam ontem.

"Faça uma [qualquer coisa começada por r que não é redacção e que é sinónimo de composição e vou de seguida pesquisar] de duas folhas sobre o tema do titulo."

Como boa caloira que sou, não vou ignorar.

Não quero nada ficar marcada. Mas uma provocação no papel não era coisa muito feia.

Correria Matinal

Hora e Dia do Duche: 07h37; 13.09.2010
Duração: 00h04m

[Asneira feia começada por F e gritada a plenos pulmões]

Deixei-me adormecer!
Corre, já deve estar cheio!

Esfrega mais rápido, despacha-te!

Vai! Rápido!

- E isto é o que se pensa quando se adormece no dia de matriculas e se acorda uma hora depois do previsto. Não há tempo para pensar em mais nada.

domingo, 12 de setembro de 2010

Narrativa Ainda Sem Titulo #4

Hora e Dia do Duche: Mensagem de Fora da Casa de Banho

Foi por não querer ser uma senhora que bati com a porta.

Sentia-me asfixiada pelo mundo rosa choque, verde alface, vermelho e branco que era aquilo a que eu chamava de casa.
Rodeada por cores berrantes, senhoras berrantes, tudo berrava e me sufocava a ponto de querer fugir ou não inspirar mais.
 Cada parede, espelho, candeeiro e tapete forçava-se perante a minha vista, numa falsa ostentação de luxo e modernidade.

Não nos falávamos.
Eu só não era invisível porque não era capaz de me fundir naquele ambiente.
Porque a saia era comprida demais, porque a camisa era branca demais, porque o casaco é do ano passado, porque não havia base nem cores garridas, nem pulseirinhas, vernizes, flores no cabelo ou sombra nos olhos.

Não nos falávamos.
Porque dava demasiado trabalho, ao fim de tantos anos, incomodar-se com o meu aspecto.
Porque o que ouvia não era coisa de uma menina decente.
Porque eram muito mais decentes os mexericos com as amigas ao telemóvel, que parecia estar sempre a tocar entre chamadas e sms.

Bati com a porta.
Da vivência apenas guardei o multibanco.
Caminhei, entre ruas e avenidas, estradas e caminhos até encontrar o mar.

Somente uma mala às costas com uma muda de roupa.
Somente a vontade de descobrir um mundo que seja meu, que mexa comigo, que me faça viver.
Somente a crença de que me posso adaptar algures sem ter de mudar algo em mim.

Passaram meses.
E continua a surgir dinheiro na conta, como se eu considerasse voltar amanhã.
Não sei sequer se deu pela minha ausência.

E Quando Não É A Primeira Vez

Hora e Dia do Duche: 08h01; 12.09.2010
Duração: 00h11m

Fazem-se as coisas com mais cabeça e menos ilusão.

Na altura da minha primeira candidatura eu não sabia o que queria.
Sabia onde queria ficar. Em Lisboa. Em casa.

Escolhi as opções no último dia de candidatura com um-dó-li-tá.
Fui colocada em 2ª opção.
Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa. Biologia.

Detestei. Desisti. Tirei um ano para pensar.

Não quis fazer mudança de curso.
Quis fazer tudo de novo.
Escolhi o curso.

Candidatura nacional pelo contingente geral.
Repeti o meu exame de 12º ano de português na tentativa de aumentar a média de candidatura.
Consegui.

E candidatei-me mal tive a ficha ENES na mão.

Não pensei em casa. Nem em Lisboa.

Aliás. Pensei. Mas com a minha média era impossível.

Pensei onde podia chegar, onde podia entrar. Onde tinha uma garantia.

Tive três cidades em mão. E uma quarta como fuga, com um curso semelhante.
Todas longe de casa.

Fiz a minha escolha.
E arrisquei, na certeza de que ia ser colocada.

Mudei-me antes de saírem as colocações.
Empreguei-me antes de saírem as colocações.

E saíram as colocações.
Não tinha a ansiedade que tive da primeira vez, talvez por ser tanta a certeza.

Mas mesmo assim não quis ser eu a ver.
E ele, ao aperceber-se da minha hesitação, ofereceu-se para ser ele a ver.
Primeiro. Antes de mim.

Recebi a confirmação de que o meu risco valeu a pena numa mensagem de msn.

A ansiedade assaltou-me esta noite.

[E tudo isto porque não resisti a dar uma olhada a candidaturas alheias.
Uma rapariga, colocada no mesmo curso que eu, foi colocada em quarta opção.
A segunda e a terceira opções dela eram biologia. O curso onde estive e desisti.
Não consigo deixar de pensar que ela teve sorte.
E de me identificar com ela. Porque biologia não tem nada a ver com o curso onde estamos.
Ela não sabe ainda o que quer da vida. Como eu não sabia na minha primeira vez.]

O Meu Mal Veio Em Meu Socorro

Hora e Dia do Duche: 14h42; 11.09.2010
Duração: 00h09m

O que é mesmo mesmo mesmo mesmo giro é estar no quarto, prestes a levantar-me para ir tomar banho e ouvir a porta de casa a abrir-se.

A senhoria a falar, a mostrar o quarto vago, a dizer que não estou em casa e eu a pensar que ela era uma mentirosa do pior por não me ter avisado e dizer aos visitantes que avisou.

E depois eles saírem, a Menina pegar no telemovel e ver a mensagem a que não respondeu.

Quem é boa quem é?
Eu.

Porque se não me tivesse dado a preguiça, ia ser apanhada no meu duche de ideias.

sábado, 11 de setembro de 2010

E Pensando Melhor

Hora e Dia do Duche: 15h53; 10.09.2010
Duração: 00h12m

Eu só devo ter inveja.

Porque pelo que vai na blogosfera, quem fala é invejoso.

E elas têm centenas, eu só vou nas dezenas.
Pobre de mim, sou uma falhada, nem para escrever num blogue sirvo.

quinta-feira, 9 de setembro de 2010

Dia Da Familia

Hora e Dia do Duche: 11h36; 09.09.2010
Duração: 00h16

E hoje é dia de rever o pai e a mãe e a mana pequenita.

E a saudade aperta. Tanto.

Olha Que Fofinho!

Hora e Dia do Duche: Mensagem de Fora da Casa de Banho

Era agora que eu devia concretizar um sonho.

Cambridge fascina-me.

Ao invés, fico-me por Portugal, que como sempre está fora das listas.
Aposto que com uma Universidade do Futebol isto não acontecia.

quarta-feira, 8 de setembro de 2010

Gossip Girl Pt Pt

Hora e Dia do Duche: 19h48; 08.09.2010
Duração: 00h21m

Adoro recostar-me em frente ao meu portátil e assistir às venturas e desventuras das Blairs e das Serenas da Madragoa.

Sem esquecer as Poor Little J.
Que devem ser de algures entre a Buraca e a Reboleira.

E não faço a alusão a outras cidades do país porque, infelizmente, sou da capital e Lisboa é a única cidade que conheço suficientemente bem para metaforizar sem meter os pés pelas mãos.

Celebrações - A Minha!

Hora e Dia do Duche: Mensagem de Fora da Casa de Banho

Hoje vou celebrar as minhas 91 - 92 quando publicar esta coisa - mensagens, os meus 58 seguidores, os meus nem sei quantos dias como blogger! - Wiii, festinha, confettis e fitas a voar, uma orquestra a tocar os Parabéns por motivo nenhum e dois palhaços a fazer palhaçadas com médio grau de piada.

E vou ser muito muito muito muito feliz e receber muitos muitos muitos comentários, porque posts fáceis de comentar, são os que são mais comentados.

As gentes daqui são preguiçosas. Eu também.

E como sou preguiçosa, também vou celebrar os muitos dias e meses do meu namoro com o R. e o facto de ser dia 8 de Setembro. Logo, pago a renda e estou de folga!

Pronto.
Agora vou endireitar as costas, ajeitar as saias e a gravata e pigarrear.

Eu não acho mal que se celebrem os marcos que acham importantes, tanto na blogosfera como na vida real.

Simplesmente acho que cada mensagem é tão importante quanto a outra e que cada seguidor merece o mesmo tipo de agradecimento - porque o seguidor número 38 até pode ser bem mais fiel que o número 50, teve foi azar e não calhou num número suficientemente redondo para ter direito a post próprio.

E não conto dias de namoro.
Nem meses.
Nem sei há quanto tempo estou com o meu menino e, na verdade, não importa.

O que importa para mim é a qualidade e não a quantidade.
Por isso, agradeço aqueles que realmente me acompanham.

Ah.
E o meu namoro não teve um inicio pré-definido, mas também não tem um fim pré-destinado.

Medos

Hora e Dia do Duche: Mensagem de Fora da Casa de Banho

Eu tenho medo de muita coisa.
De tanta, tanta coisa.

Tenho medo de trovoadas.
Já o enfrentei. Já estive debaixo de uma tempestade, quase em pânico, ao aperceber-me que os relâmpagos estavam a cair a poucos metros de mim.

Ganhei medo a nadar.
E nadei. Respirei fundo, controlei a respiração e nadei, para lá do ponto onde os meus pés alcançam o solo.

Tive medo de conduzir.
Mas tentei e consegui e tenho a carta de condução e consigo conduzir e gostar de conduzir.

Tinha medo de aranhas.
E obriguei-me a mim mesma a conter o berro quando as visse, forcei-me a tocar-lhes as teias, a deixa-las passearem-se na minha mão.

Tenho muitos medos.
Sempre os ultrapassei ou enfrentei.

Excepto um.
Tenho um medo intocável.

Tenho medo de ficar só.
Tenho medo de não ter ninguém que me dê amor.
Tenho medo de um dia morrer e que ninguém fique mais que indiferente perante o meu obituário.

Porque pior que causar sofrimento a quem gosta de nós, é não ter ninguém que goste.

Embora provavelmente nem direito a um obituário tivesse.

terça-feira, 7 de setembro de 2010

Não Sei Porquê

Hora e Dia do Duche: 10h24; 07.09.2010
Duração: 00h13m

Não consigo compreender as pessoas que vivem preocupadas com o que os outros pensam delas.

Compreendo ainda menos quando se apercebem que determinado acto não nos caiu no goto e aprontam-se a dar uma justificação bonitinha.

Mas o que é que os outros têm a ver com aquilo que eu faço?

Ultimamente muito me olham para ver o que estou a fazer e vêm fazer comentários.

E muito dizem em relação a mim "Agora olha lá o que é que ela vai ficar a pensar de mim.".

Baby Loves, I just don't care!

segunda-feira, 6 de setembro de 2010

The Writtings On The Wall

Hora e Dia do Duche: 15h36; 06.09.2010
Duração: 00h21m

Gosto de seres humanos. Gente de carne e osso.

Gente que pensa, mas também sente.

Gente que diz, mas que se contradiz.

Gosto de gente com defeitos e com suficiente humildade para os admitir. E gosto de gente que apesar disso vê as suas qualidades e não se faz de coitadinha.

Gosto de gente que luta. Gosto de gente com objectivos.

Não precisa de ser um objectivo muito grande ou muito nobre.
Não precisa de ser um vou-ajudar-montes-de-criancinhas ou um vou-ser-mais-rica-que-o-Bill-Gates ou um vou-ganhar-um-Nobel-da-Literatura.

Gosto de simplesmente de gente que tem porque lutar e que realmente luta.

Eu nunca soube o que queria ser quando fosse grande.
Mas sempre soube que quero uma casa com uma parede branca onde possa escrever a negro e vermelho o meu amor.

Não quero ser designer, mas quero a minha parede branca, com a minha caligrafia e escritos da minha autoria. E vou fazer por poder tê-la.

Narrativa Ainda Sem Titulo #3

Hora e Dia do Duche: Mensagem de Fora da Casa de Banho

Acompanhei um copo de leite com um qualquer bolo que ele escolheu  para mim.
Não tinha fome.

Não lhe falei. Não conhece a minha voz.
Perguntou-me se tinha fome, não respondi. Simplesmente tirei-lhe o livro da mão. E abri-o.
Tomou o meu gesto como uma resposta afirmativa. Pegou-me pela mão.
Estou sentada numa esplanada.

Por vezes falou, divagou, procurou conhecer-me.
Calou-se e ficou a ver-me comer. E a ler.
Não o ouvi, não queria ouvir o que dizia, não queria ir atrás das palavras dele.

Senti o olhar dele sobre mim, enquanto o meu repousava sobre as páginas do livro aberto.
Senti-o toldar-se, apercebi-me do momento em que a curiosidade dava lugar a algo mais.
Senti-lhe o faro de caçador, senti-me novamente o naco de carne que se faz apetitoso para se dar a provar.

E simplesmente continuei a ler.
Fiz-me vitima da escrita de um qualquer autor de média qualidade que satiriza as caçadas de um homem com fome. Era suposto rir-me com as falhas de um caçador sem caçadeira que busca uma presa fora do alcance.
Aquela é uma senhora livre, sem repressões, capaz de despertar a gula a um macho sem força, fome e paladar. Uma farsa. Senhoras sem repressões são meninas de ruas. E alguma que não seja, será incapaz de matar a fome até a um pobre esfomeado.

- Isso não é um livro para senhoras.

- Porque haveria eu de ser uma senhora?

As Meninas E Os Príncipes Encantados

Hora e Dia do Duche: 16h06; 05.09.2010
Duração: 00h13m

Acho piada às meninas que passam a vida em busca de um príncipe encantado.

Sou crente de que o verdadeiro amor só bate à porta de quem não espera e que entra sem ser convidado.

As outras meninas... bem.
Tanto procuram que encontram o príncipe do outro lado da estrada, à beira do semáforo.
Correm para atravessar a estrada e dão graças por não terem sido atropeladas.

E no dia a seguir percebem que afinal era só um lobo bem parecido. Que esses é que gostam de ser achados.

E confesso que o meu príncipe decidiu vir ter comigo numa altura em que ponderava seriamente em virar para o outro lado, tal era a minha descrença no género masculino. Quase que o forcei a tornar-se numa princesa.

domingo, 5 de setembro de 2010

Quando A Saudade Aperta

Hora e Dia do Duche: Mensagem de Fora da Casa de Banho



E na tua falta, mais do que ouvir uma letra, apetece-me escrever-te uma.
Nunca mais vens.

Gritos Mudos

Hora e Dia do Duche: 01h49; 05.09.2010
Duração: 00h10m

Podes ser um herói na praça pública, quase o salvador da pátria contemporâneo.
Podes estar no lado politicamente correcto de um dos assuntos mais controversos da actualidade portuguesa.

Mas continuas a meter-me nojo.
Destruíste a vida de quem mais admiro por não o teres sabido guardar dentro das calças.
És quase tão nojento quanto aqueles a quem apontaste o dedo.

sábado, 4 de setembro de 2010

Recuperação De Memórias

Hora e Dia do Duche: 17h11; 04.09.2010
Duração: 00h18m

Não lembrava de como andar pelo Mc moía.

Nem me lembrava que o melhor remédio para o cansaço que vem depois não é dormir.

Um duche pós-rush tira o cheiro a Big Mac da pele e lava a alma da moleza. E como sabe bem.

Narrativa Ainda Sem Titulo #2

Hora e Dia do Duche: Mensagem de Fora da Casa de Banho

Cheguei há dias. De noite.
Planeio todas as minhas viagens para chegar à noite. É a única coisa que realmente me importa.
Não interessa para onde vou, se para norte, se para sul, se caminho em direcção ao Sol ou de costas viradas para ele.
Quando viajo, só me preocupam duas coisas. Encontrar o desconhecido e chegar à noite.

A noite estava quente.
Caminhei durante horas, à beira da estrada, com ervas secas a estalar sob o peso do meu corpo.
Por não estar frio, não senti a necessidade de parar logo. Fui andando sob as estrelas e o cantar da natureza típico dos campos.

A noite ia longa.
Tinha acabado de chegar a uma cidadezinha entre aldeias. E deitei-me num banco de jardim.
Pousei a cabeça sobre a mochila que carrego comigo. Tudo o que é meu, caminha comigo. E não é muito.
Contemplei o céu. Fiz desenhos com as estrelas, pintei com elas o meu imaginário. Fi-las fundirem-se aos meus sonhos. E adormeci, ali, no banco de jardim.

O sol raiava, o céu estava pintado de azul e cor-de-rosa.
E ele estava ali, sentado aos meus pés, divertido com um livro na mão. Chamou-me a atenção com os bons-dias.

Não respondi. Mirei novamente o céu.

sexta-feira, 3 de setembro de 2010

Narrativa Ainda Sem Titulo #1

Hora e Dia do Duche: Mensagem de Fora da Casa de Banho

Não sou de lado nenhum.

Nunca me sinto em casa, encaro cada passo que dou como mais uma viagem.
A cama, a almofada, os lençóis são provisórios. Também a morada o é.
Serão somente meus enquanto lhes apreciar o cheiro, o detalhe no vinco, a curvatura engraçada na árvore que avisto pela janela do quarto.

Também eu me sinto provisória.
Um naco de carne que quer ser mais que o consolo de um esfomeado. Que se guarda, mas que não resiste a dar-se a uma trinca por parte do guloso que, mais que pela fome, a prova pelo prazer.
Um naco de carne que gosta de ser desejado, mas que só se deixa consumir por quem disso sabe desfrutar.
E um naco de carne que nunca se entrega na totalidade, em detrimento da conservação de uma existência própria.

Sei que é hora de ir embora quando não há mais novidade.
Quando o cheiro não me fascinar mais, quando a árvore se tornar banal aos meus olhos, quando o corpo que dormita sobre os lençóis deixar de sentir a gula e simplesmente voltar a ter fome.

Sou descrente da humanidade.
Os homens são todos iguais, as mulheres são todas iguais. As vontades são todas iguais. E reprimidas.
Salvam-se as crianças enquanto a educação dos adultos não lhes toldar os ideais.

Fascinam-me as crianças.
Fascina-me o riso fácil e o choro fácil, os olhinhos brilhantes com segundas intenções por trás, as manhas para alcançar o que querem, as mentirinhas para saírem impunes.
Fascinam-me as crianças e a felicidade que as toma enquanto os grandes não lhes deitam a mão.
Fascinam-me as crianças que ainda são suficientemente puras para não terem uma moralidade de certo ou errado, que simplesmente se regem pelo gosto e não gosto, pelo quero e não quero.

Desprezo tudo o resto na nossa raça.
Não gosto das mulheres que me puxam, que me tentam tornar aceitável, correcta, respeitável, num clone reprimido dos seres reprimidos que são, entre a aparência dos vestidos e os sonhos esquecidos, as vontades que ignoram em detrimento da rotina de uma senhora.
Não gosto dos homens que me olham, que me estranham e vêm alimento em mim, que investem com a segurança de um caçador quando facilmente se podem tornar a presa. Os homens que acreditam enganar a mulher com quem se passeiam pelas ruas, mulher essa que sabe, mas ignora.

Não gosto particularmente dos homens que se arriscam com gosto.
Aqueles que fazem com que a caça pareça boa. Tão boa, que por momentos acredito que quero ser caçada.
Não gosto dos homens por quem me deixo agarrar, não gosto dos homens a quem permito que me envolvam nos seus braços, não gosto dos homens que me olham e me fazem ceder a mais um toque, um roçar de corpos, uma trinca.

E novamente me sinto um naco de carne.
Não gosto dos homens que me fazem sentir como um naco de carne.

[Pre]Conceitos

Hora e Dia do Duche: 13h06; 03.09.2010
Duração: 00h14m

Não gosto de preconceitos.

Porquê?

Porque são conceitos à priori.
E toda a gente sabe que os conceitos à posteriori são os mais correctos.

Nota: Está agendado o post. Simplesmente está agendado para uma hora em que vou estar fora de casa. Prefiro nem ver a coisa a aparecer.

Ok, Dou O Braço A Torcer

Hora e Dia do Duche: Mensagem de Fora da Casa de Banho

Eu publico. Mais tarde.

Antes disso, aviso que os meus personagens nunca têm nome e que a narrativa é sempre escrita na primeira pessoa, sem que essa pessoa seja necessariamente eu. É um personagem narrador.

E a minha escrita é esquisita.

quinta-feira, 2 de setembro de 2010

Sabem O Que É Uma Dúvida Existencial?

Hora e Dia do Duche: Mensagem de Fora da Casa de Banho

Uma dúvida existencial é ter-me despertado a veia de escritora, ter escrito e não saber se devo publicar.

Ainda por cima um to be continued...

Traição - Questão #2

Hora e Dia do Duche: Mensagem de Fora da Casa de Banho

Quando há uma traição, existem sempre três pessoas na relação - O traidor, o traído e o outro.

A verdade é que nenhuma desta posições é fácil quando a farsa se desmorona.

E daí vem a questão da nova sondagem.

Qual destas posições será a mais difícil?

Traição - O Que É Que Eu Faria Se Me Apercebesse Que O Meu Namorado Estava Prestes A Trair-me

Hora e Dia do Duche: Mensagem de Fora da Casa de Banho

Foram 24 as pessoas que se arriscaram a meter-se no meu lugar, na minha cabecinha e tentar desvendar qual seria o meu seguinte passo ao aperceber-me que o meu menino estava a um passo de me trair, tal como falei aqui.

E...

4% de vocês acredita que eu fingiria que não via e simplesmente ignorava.

Acho que isto só pode ser feito por quem tem uma auto-estima ou demasiado alta ou demasiado baixa.

Passo a explicar. Por um lado só alguém com muita confiança em si mesma e no seu companheiro ignorava e acreditava que tem o suficiente para que ele permanecesse ali com ela, sem que tivesse de fazer nada.
Por outro, alguém que acredite que não consegue arranjar outra pessoa e que tenha medo demais de ficar só, sujeitaria-se a todas as humilhações possíveis só para não perder o namorado.

Espero que quem tenha escolhido esta opção me tenha tomado como uma moça cheia de auto-estima, que eu não sou de todo de andar por aí aos caídos.
Infelizmente não sou de ferro e, por muito que confie no meu menino, não deixaria de sentir alguma insegurança, o que anula esta opção para mim.

Por outro lado, 8% de vocês acham que eu perderia a cabeça de todo e acabaria com ele na hora.

A coisa de ser levada pelas emoções e de ferver em pouca água realmente combina comigo. É a minha cara, ficar completamente fora de mim por qualquer coisinha que me incomode.

Felizmente, eu só sou assim com as coisinhas pequenas.
Com a caneta que me tiraram sem pedir autorização, com o virem tirar comida do meu prato, com os erros de ortografia parvos, com retóricas vazias e coisas semelhantes.

Quando o assunto é sério, uma luzinha de S.O.S. acende-se em mim e eu controlo-me. E não faço escândalos. E de certeza que não deixaria o meu namorado sem sequer lhe dar uma oportunidade para se explicar.

Passando ao lado racional da coisa, 50% de vocês acha que eu falaria com ele directamente e pondo-lhe a hipótese de terminar a relação.

Esta é realmente a atitude mais racional que podia ter e que me parece ser de melhor senso. E parece que metade dos que por aqui se passeiam acham que eu sou uma rapariga com as ideias no lugar.

Apesar de  ter algum controlo emocional quando o assunto é sério, o coração ainda fala mais alto e eu sou demasiado emotiva para agir assim e aguentar-me numa conversa séria que poderia ditar o nosso fim. Dou demasiado de mim para ser eu a sugerir o fim de uma relação que não queria terminar.

Surge então a opção de o controlar como quem não quer a coisa, opção que 12% de vocês acredita que eu tomaria.

É a típica opção de quem tenta controlar-se, mas vai atrás do que sente.
De quem não quer arriscar falar em problemas sem antes confirmar que eles existem.

E encaixa-se no meu perfil de menina que quer ser esperta, mas que acaba por fazer o que o coração lhe manda.

Realmente seria a opção que eu tomaria, se não fosse contra um dos meus maiores pressupostos - respeitar a privacidade dos outros.

Nunca gostei de ser controlada, não o iria fazer à pessoa que amo.
Por muito que me sentisse tentada, sei que é uma tentação à qual resistiria. Sou demasiado orgulhosa para largar assim as minhas crenças.

Resta então a opção que 25% de vocês escolheram - puxava o assunto de forma banal para o testar.

Porque é que eu o faria?

Bom, depois de se perceber que eu me controlava minimamente, mas que não seria capaz de o ignorar, falar acerca do assunto ia tornar-se imperativo para mim.

Mas a verdade é que eu não gosto muito de falar directamente acerca das coisas que me assustam, a maneira que encontro mais vezes de as trazer à tona é com brincadeiras. E provavelmente seria assim que eu abordaria a coisa.

De resto, fazia aquilo que sempre fui boa a fazer - interpretar a reacção das pessoas.

Aí encontraria a minha resposta.

Don't You Ever Think Like That!

Hora e Dia do Duche: 08h46; 02.09.2010
Duração: 00h13m

"(...) Don't you ever think like that,
Don't you ever, never do that!
There will never be two things that go together better
Than you and me (...)


(...) I Need You!"

Ou isto. Acordei a cantar isto.





Posso não ser grande cantora, mas apaixonada bem podem crer que sou.

quarta-feira, 1 de setembro de 2010

Os Meus Erros De Acentuação

Hora e Dia do Duche: 08h04; 01.09.2010
Duração: 00h09m

Eu sou a primeira pessoa a criticar erros de ortografia. Não gosto de ver, dá-me alergias.

Mas também falho. E passo a vida a falhar, eu sei.

E falho sempre no à, que muitas vezes escrevo somente a.
Mas isto em mim não é um erro. Ou melhor. É. Mas não é um erro ortográfico.

Eu simplesmente falo assim.
Digo a em vez de à, digo aquele em vez de àquele e coisas afins.
Dá muito trabalho abrir a boca para dizer as palavras como deve ser.

Nota: Banhinho logo pela manhã e post só doze horas depois. O senhor dali de baixo era tão interessante, que até ganhou prioridade.

E Porque Eu Hoje Me Sinto Completamente Fútil E Rosa Choque

Hora e Dia do Duche: Mensagem de Fora da Casa de Banho

E isto continua a não ser um blogue de imagens, simplesmente o sono toldou-me o juízo e trouxe ao de cima a parte de mim que só usa 1% das capacidades cognitivas.

















Esta é a reprodução de um senhor que vi na rua hoje de manhã.
Não o reproduzi para gozar, enxovalhar, achincalhar, nada do género.
Simplesmente achei o senhor tão mas tão caricato que não resisti.

E porque é que não resisti? Porque:

a) A expressão no rosto intrigou-me. A força da gravidade é má connosco, já se sabe, mas no caso deste senhor foi de uma crueldade extrema. A idade marcou-lhe o rosto com aquele ar de "não me olhes que te dou um excerto de porrada" que não sai nem por nada. A dada altura o senhor sorriu. E o sorriso dele fez-me lembrar um smile que se usa, muitas vezes nem sei com que significado. Finalmente compreendi que é o sorriso daquele senhor :|

b) A camisa chama logo à atenção. Homem valente aquele, usa a camisinha aberta até quase ao fim do peito como se fosse um moço - com muito azeite - nos seus vinte e poucos anos. Assim é que deviam ser todos. "Quero lá saber se a idade me chama, eu visto-me como quiser!"

c) E como o senhor se veste como quer, toca a prender as calças no fundo do peito, com um cintozito catita. Que isto das modas das jovens também pode ser aplicado a ele. Ora essa, se elas podem meter o cinto ali, porque é que ele não havia de poder? Faz-se o dois-em-um. O cinto prende a calça e ainda deixa o senhor na moda.

d) E é claro. Infelizmente a idade não escapa. E como a qualquer idoso, a tentação de usar umas sandálias com buracos e a meia cinzentinha por baixo foi demais para que o senhor conseguisse resistir. É assim a vida, é assim. Também de que vale ter vivido se não cedermos a nenhuma das nossas tentações?

E a verdade é esta minha gente.
Este senhor, nos seus muitos anos, conseguiu prender-me a atenção como muito poucos da minha idade o conseguem.

A diferença é que cativa, meus amores.
Nunca me viram abrir excepção às minhas crenças por alguém igual a todos.

Eh Lagarto!

Hora e Dia do Duche: Mensagem de Fora da Casa de Banho

Eu hoje vi uma lagartixa no meu quarto.

Só daí adveio um misto de sentimentos que mostra logo a confusão que eu sou.

Não queria matar o bicho. Não queria o bicho no meu quarto.
Queria atira-lo pela janela fora.

Mas eu?!! Tocar naquilo?! E se me dá alergias?!!
[E fique claro que qualquer bicho com formato semelhante aquele me faz lembrar osgas e eu tenho um pavor irracional a osgas e não toco em repteis assim, ponto final. Só gosto de iguanas.]

Ainda tentei ir pegar na bicha com um papel. Mas a estúpida não queria subir.

Plano B.
Vou mete-la fora de casa.

E como é que eu a apanhei, como?

Tupperware para cima dela, toma não sais mais daí!

E lá fui a arrastar a lagartixa na caixinha em direcção à porta de casa.

Mas a meio caminho levantei um bocadinho do tupperware e ficou-se da parte de fora um bocado do rabo do bicho.

E eu em pânico a ver aquilo a mexer-se durante dois minutos com a lagartixa já a um metro do seu pedaço de cauda.

E mexia-se! E não parava! E se aquilo me ataca?!

Finalmente lá perdeu a vida o rabo da bicha e eu continuei a encaminha-la em direcção à rua. Atirei-a pelas escadas abaixo.

E adivinhem lá quem é que me veio cumprimentar mais tarde quando abri a porta do prédio, de regresso a casa?

Muito querida a lagartixa sem meio rabo. Poupo-lhe a vida, dá-me as boas vindas.

Aprendam seres humanos, aprendam!

Mal sabe a pobre coitada que só não a meti na rua porque a tempestade lá fora está feia.