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[20h35 - 04.11.2010]

domingo, 29 de agosto de 2010

Da Estupidez Humana

Hora e Dia do Duche: Mensagem de Fora da Casa de Banho

Não gosto de gente que passa a vida a espetar a sua inteligência na cara das pessoas.
Que fazem de propósito para empregar o vocabulário mais rocambolesco que conhecem, para transformar todas as conversas num debate filosófico que se torna aborrecido para o cidadão comum que gosta é de futebol e novelas, das minis e das imperiais, das gajas boas e da Maria.

Mas se há coisa que ainda me irrita mais do que gente que não sabe partilhar o seu intelecto só com quem está interessado, é gente que se faz de inteligente quando só tem teias de aranha armadas dentro do crânio.

Gente que decora um poema para dar ares de sua graça, quando nem sequer entende o que ali está explicito. Gente que se diz admiradora deste ou daquele escritor de alto gabarito e que, quando se lhe faz uma pergunta acerca da obra desse mesmo escritor, diz que não se lembra ou que não sabe ou inventa uma desculpa esfarrapada qualquer.

Nutro mesmo um desprezo profundo pelo estilo de pessoa que se quer mostrar ao nível de um dos grandes pensadores filosóficos, de um Nobel da paz ou da literatura e que, ao fim de um dia de trabalho, chega a casa, liga a TVI e papa as novelas todas como se fosse o programa de maior qualidade ou vai para o tasco da esquina armar-se aos cucos com o homem da rua de cima.

Minha gente, eu não gosto de novelas, mas não sou uma intelectual por não gostar.
E a mim ninguém me tira o prazer de passar uma hora e meia a ver 22 gajos a correr atrás de uma bola acompanhada por uma, duas, três, quatro ou cinco cervejas.

Não achei piada nenhuma ao Saramago, mas sei que quem achou, nunca na vida compararia a qualidade de um Nobel da literatura ao guião da novela Sentimentos, à qual também não vejo charme de qualquer tipo.

Mas por favor, não me venham falar de grandes escritores e grandes obras e grandes feitos, quando a vossa leitura anual se resume à Maria e TV7Dias.
Duvido que tenham sequer contornado o problema da falta de travessão quando a Blimunda vai falar ao Sete Sois.

Eu sou uma pessoa de gostos medianos.
Não sou estúpida, mas também não  me cultivo muito culturalmente.
E simplesmente odeio que me atirem areia para os olhos. Sei perfeitamente distinguir um licenciado de um aldrabão que se diz licenciado quando tem o 6º ano e um curso de filosofia vinícola tirada na tasquinha do bairro, entre as 21h30 e a hora do fecho.

3 comentários:

  1. É verdade...mas é a sociedade e o Portugal profundo que temos...infelizmente vejo muita gente assim que fala sem perceber o que está a dizer.

    Acho, no entanto, ao contrário do que dizem os mais velhos que a juventude está a desenvolver-se no sentido de se tornar mais culta...n sei s será impressão minha ou não...mas é o que me parece.

    Começei recentemente a interessar-me novamente pela leitura...pk tbm n sou mt activa no k toca a cultura...no entanto confesso que quero mudar essa realidade...mas é como dizes pior do k nao se interessar minimamente é ver todas as novelas e achar que já se é mt culto...

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  2. Bem, excelente post mesmo! :o
    Adorei ler :)

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  3. Eu adoro conversas filosóficas, conversas que não vão dar a lado nenhum, mas acredita numa coisa: não as tenho para impressionar. Tenho este tipo de conversas porque são desafiantes e gosto delas para aprender. Acho que raramente ensino :)

    De resto, estas conversas não são prato diário. São só para de vez em quando. Até porque engulo facilmente qualquer coisinha ;)

    Beijinho *

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