Hora e Dia do Duche: 15h36; 11.08.2010
Duração: 00h27m
Sempre fui pessoa de arranjar problemas. De complicar o que é fácil. De ter dois caminhos para alcançar o mesmo destino e, em vez de escolher a ampla e larga avenida, aventurar-me pela mata que circunda o meu lugar.
Mas sempre tive objectivos e, desde que me lembro, sempre me defini pelos meus objectivos.
Até ao dia em que fiquei sem saber o que queria. E então procurei o supra-sumo de todos os meus planos e rumei em busca da idílica felicidade.
Diverti-me.
Foi como dedicar todo o meu tempo a subir a montanha, mas em vez de percorrer o caminho com os meus próprios pés, fui num ascensor com ar condicionado, bancos de veludo, copo de champagne na mão e uma silhueta qualquer que me saciasse os desejos da carne.
Cheguei ao topo que apreciei somente nos 8 segundos que se demora a apreciar uma paisagem.
E não me senti realizada. Nem feliz. Senti-me só.
Encaminhei-me para o precipício e vislumbrei o mundo lá em baixo, a meio caminho do fim da falésia fustigada pela força do mar.
E como estive no alto, achei que era altura de mergulhar. Achei que ia apreciar a vista, embater no fundo, voltar à superfície e respirar, feliz.
Não sabia que a maior dor na queda, não é a do impacto, mas sim a de não termos chão que pisar nem amparo nenhum.
Felizmente o meu namorado é alpinista.
Na altura era só um alpinista qualquer.
Um perfeito desconhecido que, num acto que tomei como heróico, se debruçou e apanhou-me e não me deixou cair mais, simplesmente porque qualquer coisa lhe disse que eu não merecia a queda.
E o alpinista acampou na primeira clareira segura, conversou comigo, conheceu-me, deu-me a segurança que eu precisava para voltar a encontrar o meu rumo, para voltar a estabelecer objectivos. E eu sinto-me a donzela que recompensa o seu herói ao dar-lhe todo o seu amor.
Ainda não encontrei o final feliz.
Mas vou escalando, com ele do meu lado, novamente em busca do topo.
E sei, que quando chegar lá acima, vou sentir-me finalmente feliz e realizada.
O caminho fui eu que o fiz, a paisagem é infinitamente bela e não há solidão quando se tem alguém a quem dar a mão.
Tão bonito este texto :) Gostei mesmo.
ResponderEliminarJá estava com saudades tuas :) Agora estou sem muito tempo para demorar o tempo que mereces, mas logo prometo actualizar-me. Quanto a este post, gosto muito do teu alpinista e da caminhada que estás disposta a traçar *
ResponderEliminar@MissGummyBear
ResponderEliminarObrigada :)
@Mary Jane
Toma o teu tempo :) Isto agora vai começar a bombar de novo que já recuperei o meu portátil. *
Há que lutar para se chegar onde queremos...
ResponderEliminarAdorei o texto, adorei mesmo. E espero que um dia destes encontres o que procuras e que aproveites cada minuto, cada segundo, da escalada porque isso é muitas vezes o melhor que podemos ter =)
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