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[20h35 - 04.11.2010]

quinta-feira, 12 de agosto de 2010

Mergulhos

Hora e Dia do Duche: 15h36; 11.08.2010
Duração: 00h27m

Sempre fui pessoa de arranjar problemas. De complicar o que é fácil. De ter dois caminhos para alcançar o mesmo destino e, em vez de escolher a ampla e larga avenida, aventurar-me pela mata que circunda o meu lugar.

Mas sempre tive objectivos e, desde que me lembro, sempre me defini pelos meus objectivos.

Até ao dia em que fiquei sem saber o que queria. E então procurei o supra-sumo de todos os meus planos e rumei em busca da idílica felicidade.

Diverti-me.
Foi como dedicar todo o meu tempo a subir a montanha, mas em vez de percorrer o caminho com os meus próprios pés, fui num ascensor com ar condicionado, bancos de veludo, copo de champagne na mão e uma silhueta qualquer que me saciasse os desejos da carne.

Cheguei ao topo que apreciei somente nos 8 segundos que se demora a apreciar uma paisagem.
E não me senti realizada. Nem feliz. Senti-me só.

Encaminhei-me para o precipício e vislumbrei o mundo lá em baixo, a meio caminho do fim da falésia fustigada pela força do mar.

E como estive no alto, achei que era altura de mergulhar. Achei que ia apreciar a vista, embater no fundo, voltar à superfície e respirar, feliz.

Não sabia que a maior dor na queda, não é a do impacto, mas sim a de não termos chão que pisar nem amparo nenhum.

Felizmente o meu namorado é alpinista.

Na altura era só um alpinista qualquer.
Um perfeito desconhecido que, num acto que tomei como heróico, se debruçou e apanhou-me e não me deixou cair mais, simplesmente porque qualquer coisa lhe disse que eu não merecia a queda.

E o alpinista acampou na primeira clareira segura, conversou comigo, conheceu-me, deu-me a segurança que eu precisava para voltar a encontrar o meu rumo, para voltar a estabelecer objectivos. E eu sinto-me a donzela que recompensa o seu herói ao dar-lhe todo o seu amor.

Ainda não encontrei o final feliz.
Mas vou escalando, com ele do meu lado, novamente em busca do topo.

E sei, que quando chegar lá acima, vou sentir-me finalmente feliz e realizada.
O caminho fui eu que o fiz, a paisagem é infinitamente bela e não há solidão quando se tem alguém a quem dar a mão.

5 comentários:

  1. Já estava com saudades tuas :) Agora estou sem muito tempo para demorar o tempo que mereces, mas logo prometo actualizar-me. Quanto a este post, gosto muito do teu alpinista e da caminhada que estás disposta a traçar *

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  2. @MissGummyBear
    Obrigada :)

    @Mary Jane
    Toma o teu tempo :) Isto agora vai começar a bombar de novo que já recuperei o meu portátil. *

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  3. Há que lutar para se chegar onde queremos...

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  4. Adorei o texto, adorei mesmo. E espero que um dia destes encontres o que procuras e que aproveites cada minuto, cada segundo, da escalada porque isso é muitas vezes o melhor que podemos ter =)

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